31 de maio de 2007

isso aqui é muito legal:
"Poeta, meu poeta camarada
Poeta da pesada,
do pagode e do perdão
Perdoa esta canção improvisada
Em tua inspiração
De todo o coração
Da moça e do violão
Do fundo

Poeta, poetinha vagabundo
Virado, vira mundo
Vira e mexe, paga e vê
Que a vida não gosta de esperar
A vida é pra valer
A vida é pra levar
Vinicius velho, saravá "

25 de maio de 2007

a lista das 7 bizarrices

Também fiquei com vontade de fazer uma lista com as minhas bizarrices
lá vai...





1. Adoro ouvir a conversa dos outros sem ser percebida.

É isso. Fico quietinha ao lado de uma roda ouvindo as pessoas contarem como foi a balada do fim de semana, porque foram mal na prova, como terminaram um namoro, onde fizeram a escova progressiva, e etc... em alguns casos chego a esquecer que não estou participando da conversa e quando dou por mim já estou comentando na roda de estranhos.



2. Não consigo ficar com o Nariz sujo.

O que implica em ficar toda hora com o dedo no nariz. Para mim é questão de higiene, mas há quem diga que eu é que sou a porca.



3. Morro teimando.

Enquanto houver um fiapo de motivo para teimar me agarro nele e não solto. Até que alguém me prove por A + B que eu to errada! Isso é péssimo!!



4. Defensora dos fracos e oprimidos

Defendo alguém que esta sendo difamado numa roda, mesmo quando essa pessoa merece e eu sei disso. Tenho dó da pessoa não estar presente para se defender e acho muito fácil falar na ausência da pessoa, pelas costas, de forma confortável e covarde, mesmo quando se tem razão e quando fazem isso em grupo me tiram do sério.



5. Tenho o medo de atravessar a rua e ser atropelada por um ónibus.

Sonho que vou atravessar a rua e morro atropelada por um onibus que esmaga meu cerebro. Sonho isso desde pequena, o que me faz pensar vinte e cinco vezes antes de atravessar uma rua.



6. Acabo com o meu salário até o dia 20.

E vivo o resto do mês como uma mendiga. Sem nem um real na carteira! juntando moedas que acho pela casa e troco de supermercado, bolsos falsos de bolsas e etc.



7. Pirraça

Faço coisas de pirraça! Muitas. Me demoro numa loja quando a vendedora quer me por pra fora logo, irrito com perguntas quando a moça da biblioteca me maltrata, enfim... sempre irrito quem me irritou primeiro

23 de maio de 2007

Nada Normal

Hoje eu acordei
vi meu biquíni pendurado no varal
Não é normal...
Me lembrei do frio,
Me lembrei que horas eram
me lembre onde era para eu estar
me peguei pensando que talvez eu fosse surpreendida
Com uma ligação: Não fui!
Ou outra: Me desculpe, Venha!
Me peguei pensando nas previsões...
As do tempo – e desejei que chovesse forte!
As de minha terapeuta de plantão
-e pensei que estavam erradas
Meus pés não estão mais no chão!
Minha cabeça está viajando.
Sonhando...
E quando ela volta, pousa
percebo que estou aqui
agora,
sozinha na cozinha,
procurando uma meia apressada
pra não chegar atrasada
finco de novo os pés na realidade
sobra saudade
E dor,
Que me corrói por dentro
Deixando maior o vazio que você deixou
quando abriu a porta do carro, me mandou descer
e se foi

Parte VII

Paula e Thiago ficaram a manha toda se beijando, não conseguiam dormir porque parece que tinha um imã em suas bocas. Paula não via a hora de Carla acordar para poder contar-lhe tudo o que estava acontecendo. Para alívio de sua ansiedade, Daniel apareceu na porta do quarto:
-Bom dia casal!
-Bom dia!- coro.
-Daniel, a Carla tá acordada?
-Tá lá no meu quarto com preguiça de levantar. Vai lá.
Paula entrou no quarto, viu Carla na cama e comentou:
-Humm... Que cheiro de sexo!
-Humm... Que cara gozada.
As duas riram.
-Então Carla, você vai para Santa Fé?
-Ah meu, não queria ir. Mas minhas desculpas já se esgotaram. Faz muito tempo que eu não vejo meus pais e nesse feriado não vou conseguir escapar. E aí prima? Me conta como foi? Quando eu voltei lá de cima vocês dois tinham sumido.
-Pois é menina. To passada! Ele é um fofo.
-Transaram?
-Não.
-Por que ? –perguntou assustada.
-Carla! Eu não sou uma putinha igual a você.
-Você é boba isso sim! Não sei como você aguenta!
Os quatro foram para a varanda da sala. Era quase meio dia de uma típica tarde de inverno fria e ensolarada. Enquanto Paula e Carla fumavam seus cigarros e ensaiavam desculpas esfarrapadas capazes de justificar a dormida-fora-de-casa-sem-avisar-previamente, Daniel foi passar um café e Thiago “preparar um” e fumá-lo lá no quarto.
O telefone de Paula toca e é Pedro: seu pai.
-Filha, estamos saindo para viajar. Voltamos no Domingo de noite. Não esqueça o gás ligado, nem os vidros da casa abertos porque pode chover.
-Boa viagem pai!
-Você tem dinheiro?
-Não muito!
-O pai deixa um deizão em baixo do telefone tá filha?!
-Tudo bem! Vai com Deus pai.
-Fica com Deus você também minha filha, se cuida! O pai te ama!
Paula virou-se para Carla e comentou:
-Não precisa mais queimar as pestanas! Ele nem quis saber!

Depois do café, as duas abriram umas latinhas de cerveja remanescente e ficaram na rede da varanda enquanto os meninos faziam uma macarronada.

Eles almoçaram. Paula e Thiago tentaram dormir mais um pouco. Tinha alguma coisa que não deixava Paula dormir tranquilamente. Era algo duro que ficava encostado em sua perna. Thiago tinha muito tesão por Paula. Ele respeitava Paula não forçando barra, mas seu membro permaneceu duro aquela tarde toda. Enquanto estavam deitados, abraçados, Paula se lembrou de Pedro pela primeira vez, tentou resgatar na memória a quanto tempo ela não se sentira desejada desse jeito por ele, pensou nele pela primeira vez sem mágoa, sem rancor e sem amor. Adormeceram abraçados...

(...)

-Vamos lá ver se você é boa de mira!- disse Thiago para Paula
-Cuidado que eu te acerto.

Cada um carregava uma espingarda, foram para o jardim da casa penduraram um alvo na árvore, e entregaram uma encomenda de pastéis para Carla e Daniel.
Carla e Daniel foram andando até a pastelaria que ficava a duas quadras dali.
-Dan, o que você achou da Paula e do Thiago?
-Não conte a ela, mas ele já sabia que ela vinha. Eu mostrei o orkut dela para ele e a gente morreu de rir das comunidades dela. Ela é bem o tipo do Thiago sabe?
-Sério? Hahahahahaha, eu vi que ele não tirava os olhos dela enquanto a gente conversava la na sala... Nossa.... Olha quem tá ali! – Carol ficou espantada quando viu quem estava sentado no bar que ficava em frente a pastelaria.
-É a lenda do Bill! – disse Daniel ao ver Pedro (o ex de Paula) com uma cara muito baixo astral, bebendo sozinho.

Pedro era dessas pessoas que sentam no bar sozinhas para beber. Filho de alcoolatra, com tendências fortíssimas ao vício. Talvez esse fosse o maior problema entre ele e Paula, a bebida. Além de beber, Pedro tinha muitas características explícitas de um alcoolatra. Era emocionalmente desequilibrado, tinha baixa auto-estima, não conseguia terminar nada do que começava, não conseguia se concentrar nos estudos e aos 25 anos de idade não tinha a menor ideia do que queria da vida. Era sustentado pela mãe e pela avó. Não se importava em gastar o dinheiro delas e ouvir todos os dias que precisava arrumar um emprego. Por outro lado, a mãe e a avó eram cúmplices de seu vício, já que enchiam sua carteira de dinheiro. Paula conhecia Pedro profundamente, provavelmente mais do que ele mesmo. Conseguia perceber coisas a respeito da personalidade e das atitudes dele que nem ele mesmo entendia. Ela era uma estudiosa de psicologia, e criou muitas teorias tentando explicar a estranha personalidade do ex. Outro problema é que Paula era uma menina boa. E sempre acreditava que as pessoas podiam se transformar em pessoas mais fortes a partir de problemas superados. O que enchia-lhe de esperanças em relação a Pedro.

(...)

Quando Carla e Daniel voltaram com os pastéis encomendados, viram Paula aprendendo a atirar com Thiago. Ele estava ensinando como mirar e para sua surpresa a pontaria dela era muito melhor que a dele.
Carla assistiu aquela cena e lembrou-se que a menos de duas quadras dali, Pedro estava sentado sozinho em um bar bebendo. Ela parou, admirou a cena por alguns segundos e pensou: Bem feito para Pedro! Ninguém podia ousar fazer sua amiga sofrer como ele fizera. Ela era uma pessoa integra e que se preocupava mais com o próximo do que com ela mesma.
-Você vai ficar comigo esse feriado?- perguntou Paula.
-Claro! Esse e todos os outros até o dia em que eu for embora. E olha que você corre um risco enorme deu te levar comigo. Linda!

22 de maio de 2007

Parte VI

Enquanto Paula e Thiago partiam para a terceira garrafa de vinho, Carla e Daniel partiam para o mezanino da casa, onde ficariam a sós e a vontade.
-Tome a sua taça.- disse Thiago, estendendo-a para Paula.
-Daqui a pouco eu vou dançar pelada em cima da mesa.- disse Paula já meio bêbada, sem coordenação motora e reflexo nenhum. Talvez por isso ela tenha derrubado uma boa parte da taça no próprio vestido, que por sorte era preto.
-Hauhauhauahuhauhauahuahuahuaa.– riu Thiago
-Aaaaaaaaaa cala boca! (...) Thiago, sente-se aqui, vamos conversar!
-Então não me olhe com essa cara de quem vai me fazer um interrogatório.
-Mas eu vou!
-Vai?
-Vai ser quase um!
-Hauhauahuahuahauauhauhauahuahuahuaua

Eles estavam bêbados, felizes, conversando como se fossem amigos de infância. Paula estava tão bêbada que se esquecera do quão atraente era Thiago e o tratara como se ele fosse um de seus amigos, o que fazia com que ela parecesse um homem. Paula tinha dois irmãos mais velhos, de modo que cresceu no meio de homens. Sua casa sempre foi lotada de garotos falando em masturbação, bunda de mulher, drogas, carros, bebidas, video game, musica, rock alternativo, gírias e etc. E Thiago estava muito encantado com ela, o que era muito estranho.
-Paula?
-Oi!
-Você esta a vontade comigo?
-Sim!
-Vamos ao meu quarto? Quero te mostrar umas fotos lá da Itália, de Amsterdã e de umas viagens que eu fiz pela Europa.
-Hahahahhahahahaha. No seu quarto? – Perguntou Paula
-Sim- respondeu Thiago, sem achar nenhuma graça
-Vamos.- ela concordou toda confusa, sem entender o que ele queria de verdade.

Quando ela se levantou do sofá sentiu a casa toda girar e segurou no braço de Thiago. Ele a pegou pelo braço com força e achou que esse fosse o momento a que ela se referia quando disse que beberia até morrer.
-Ainda não! – respondeu Paula. - Mas os objetos da sala estão rodando. Preciso me deitar um pouco.
-Thiago ameaçou pegar Paula no colo que retrucou imediatamente:
-Seria necessário você e mais dez para essa tarefa, eu consigo ir andando.
-Hauauahauhauhauhauhauah. Fala sério! Essa merda de academia deve ter me servido pra alguma coisa, relaxa, pode confiar em mim, vou cuidar de você.- Thiago carregou Paula no colo até o quarto do qual tinha tomado posse na casa dos tios.

Ela se dividia entre pensamentos erótico a respeito de Thiago e os objetos que rodavam a sua volta. Ela estava definitivamente bêbada. Deitou na cama e logo dormiu.
(...)
Acordou dali a 3 horas. Eram cinco da manhã. Abriu os olhos e a primeira coisa que viu foram os olhos verdes de Thiago observando os seus que acabavam de se abrir. Thiago falou:
-Estava esperando você acordar pra te dizer que estou apaixonado por você!
-Não tente me beijar que estou com bafo!
-Hauhauahuahuahahauhauhauha- os dois riram
-Esta mesmo – disse Thiago
-Eu avisei! Seu loki
-To brincando sua tonta!
Paula sentou-se na cama e perguntou a ele:
-Você dormiu aqui?
-Sim! Fiquei vigiando a mocinha até agora?!
-Heaheuahuehahuea- riu sem graça e começou a observar o seu quarto. - Essas coisas todas são suas?
-Não! Muitas são do meu primo que tá viajando. Esses livros aqui são meus, aqueles ali em cima são dele. Esse computador é meu, essas fotos são minhas...
-Essas medalhas?
-São dele! Pra que eu traria medalhas para cá?!
-Boa pergunta!
-A sua que foi péssima!
-Hauahuahauhauhauhaua. Para de ser folgado!
-Estou te provocando, quando eu gosto de alguém eu agrido!
-Hauhauhauahuahauhauhua, você tá me tirano?
-Claro que não! Você é incrível! Estou tão a vontade perto de você que daqui a pouco já estou peidando na sua frente. Você é super divertida, inteligente, tem senso de humor e ainda por cima é linda!
-E essas espingardas?- Perguntou Paula mudando de assunto.
-Amanha cedo te ensino a atirar lá no jardim.

Ainda era 5 da manha. Paula estava feliz ali com ele e não pensara nenhuma vez se quer em Pedro. O que era um milagre! Ela só conseguia pensar numa boa desculpa para dar para o pai dela, por que motivo ela teria dormido fora de casa?
...

Enquanto ela olhava as fotos e ouvia todas as histórias de todos os lugares... Thiago tirou as fotos de suas mãos, segurou sua nuca, se inclinou e tentou beijar sua boca! Ela se esquivou um pouco, ficou assustada e ao mesmo tempo arrependida por não ter retribuído imediatamente aquele beijo. Se olharam fixamente nos olhos e sentiram a respiração ofegante um do outro. Ele segurou firme no seu braço e a beijou, só que dessa vez ela retribuiu e teve a sensação de estar mordendo uma nuvem. Que boca macia! que beijo gostoso! Ela mal podia acreditar que depois de 4 meses de seca, estava beijando alguém. E justo quem! Em que situação! Paula achava que essas coisas legais só aconteciam em histórias de blogs e nunca na vida real, logo, nunca aconteceria com ela. Agora ela não conseguia pensar em mais nada.

4 de maio de 2007

PARTE V

-Alguém aí quer beber alguma coisa? – perguntou Thiago. Ele e Daniel foram entrando e fazendo barulho pela sala.
-Eu quero beber até morrer hoje!- brincou Paula.
-Hahahahaahahahahahaha. – riram todos.
-Você prefere morrer rápido ou devagar? – Perguntou Thiago
-Devagar, pode trazer um vinho mesmo.
-Tá! Eu vou tomar o whisky do tio.- disse Thiago.
-Isso seu filha da puta, e vê se não esquece de por a culpa em mim depois.- comentou Daniel que estava acendendo a lareira da sala.- traz um copo pra mim também. E a Carla que uma taça.

O clima era de romance, uma noite de frio, bebida alcóolica, lareira, um casal de namorados e duas pessoas completamente livres e desimpedidas muito interessadas uma na outra.

-Como você foi dar na Itália?- perguntou Paula
-De avião.
-Hummmm. Que piadinha péssima!- brincou Paula
-Já me arrependi de ter feito. Prometo caprichar na próxima. Então, meus pais são divorciados, meu pai mora aqui em Maringá e minha mãe conheceu o noivo dela pela internet. Eis que com tanto lugar (...) um doido lá na Itália. Ela foi pra lá, casou-se com Mateu e vive lá. Eu terminei a faculdade e fui pra lá estudar mais um pouco. Tentei fazer mestrado, fui aceito, tirei minha cidadania italiana e... enfim, to vivendo lá por enquanto. É uma delícia a cidade onde eu moro, mas eu ainda volto para o Brasil. Meu negócio é essa terra de ninguém aqui.

Carla e Daniel liam gibis e davam risada. Deviam estar bêbados, logo começaram a dançar pela sala e fazer acrobacias. O peso de Carla era ideal para a dança. E os dois se divertiam como se estivessem sozinhos.

Daniel e Thiago eram primos por parte de pai. Os dois estavam estreitando laços agora. A diferença de idade agora não era mais um fator tão agravante. Mas quando Daniel tinha 10 anos, Thiago tinha 16, enquanto ele batia punheta, Daniel só jogava vídeo-game .

-Você tem namorado?
-Eu? – perguntou Paula, quase engasgando com o vinho, nervosa.
-Não, a lareira, será que você já tem alguém para aquecer nesse inverno lareira?
-Hahahahahhaha- riu sem graça. Respirou fundo e respondeu – Não. Tenho um ex-namorado... de 4 anos... eu o odeio de tanto que amo!
-E por que terminaram?
-Ah... tem alguma coisa a ver com orkut. Hehehehehehehehehehe
-Hauahuahuahuahuahauhauhauahuahauha
-Hauhauhauhauahuahauhauhahauhauhauau
-É verdade!- disse Paula em meio as gargalhadas.
-Mesmo assim, pareceu piada! Que desculpinha mais esfarrapada foi essa?
-Também nunca consegui entender. Eu não sei, mas acho que ele não gostava mais de mim e veio com essa historia. Eu ainda tentei conversar pra gente pelo menos terminar numa boa mas... não teve acordo. Ele disse que não queria mais ouvir minha voz, nem me ver tão cedo na frente dele. Agora eu estou melhor, mas nos primeiros dias eu pensei que fosse morrer.
-Que cara escroto! Mas eu duvido que ele não gostasse mais de você. Se fosse isso ele teria terminado numa boa, sentindo pena de você mas sem te magoar ainda mais.
-É... não consigo entender. Também acho que não quero mais entender. É passado, então deixo para trás. Na verdade ele nunca me tratou do jeito que eu queria mesmo. Tava sempre faltando atenção, comprometimento, carinho, companheirismo e essas coisinhas pequenas que nos deixam cheios de satisfação sabe?
-Coisinhas pequenas que nos deixam cheios de satisfação?- perguntou Thiago meio abobado.
-É... essas coisas que...
-Eu sei!- interrompeu Thiago- é que to besta de ouvir a sua maravilhosa definição.
-Ahahhahahahhahaha. Você tá me tirando ?
-não to !
-tá sim! Seu loki
-menina, senta aí de volta se não...
Thiago segurou o Braço de Paula. Ela se sentou denovo e riu.

-vado baciarti!
-Só espero que isso aí que você falou não seja nenhuma pornografia. Hahahhahahahaha- riu Paula.
-Não é... é quase tão lindo quanto “Coisinhas pequenas que nos deixam cheios de satisfação!”
-Eu acho que você fumou muita maconha.- brincou Paula.
-Também acho... Você ainda quer beber até morrer?
-Sim... traz a garrafa de vinho pra cá!
(...)

3 de maio de 2007

Parte IV

Enquanto isso, Lorena e Rafael estavam em plena Lua de Mel, na Guarda do Embaú.
(...)
Eles viajavam juntos em toda e qualquer oportunidade. Esse feriado caiu como uma luva para eles ficarem o máximo de tempo juntos. Rafael foi buscar Lorena na rodoviária de Florianópolis. Ela estava cansada da viagem de 12 horas, com a bunda quadrada, precisando de um banho e uma cama pra deitar, mas teria que agüentar 3 horas dentro de um carro até chegarem na Guarda. Com Rafael, 3 horas passariam em 3 minutos.
-Oi pequena – disse Rafael
Ele é um cara de estatura mediana, tinha muita barba e cabelo, tinha todos os pré-requisitos para ser um “Los Hermanos”. Era um cara de poucas, mas engraçadas, palavras. Tinha se mudado para Santa Catarina porque lá o jogo não era proibido e ele ganhava dinheiro montando e vendendo máquinas de caça-níquel. Lorena já tinha se conformado com a profissão de seu namorado e vivia dizendo que ela seria mulher de bicheiro. Compraria roupas estampadas de onça e sapatos escarpins só para buscar as crianças de minivan na escola.
-Oi Rafa. – disse Lorena, já pendurada em seu pescoço.
Essas horas, em que via Rafael, faziam ela entender porque esperava por ele há tanto tempo. Ele era do tamanho do vazio dela. Um pequeno-grande homem. Eles, então, se completavam como feijão com arroz, café e cigarro, Kibe cru e qualhada.
Quando ela se deu conta, já estava sorrindo e com as bochechas mais cor-de-rosa do que o normal...

(...)


Foi o tempo delas passarem no posto de gasolina, comprarem uma caixinha de beer, todos os pacotinhos de chips disponíveis na conveniência e irem para casa de Daniel. Tocaram a campainha e Daniel abriu o portão da garagem. Gritou lá de dentro:
- Guarde o carro aqui! É mais seguro.
- Carai! Será que eu passo aqui sem destruir meu carro?- cochichou Carla com Paula.
- Tem espaço pra passar um caminhão aqui. – respondeu Paula.
As duas estavam meio caladas e meio sem graça. Efeito das baforadas que deram naquele baseado antes de sair de casa.
A CASA dos pais de Daniel era como um paraíso natural em meio a selva de pedras. Ninguém diria que atrás daquele muro alto, estaria uma casa tão confortável e cheia de verde como aquela. Fazia mais frio naquele jardim! Podiam sentir o vento gelado no rosto e o cheiro de verde.
Elas passaram pela porta de vidro e Daniel começou a fazer as apresentações:
- pessoal, essas são Carla e Paula.
-Meninas, essa é Regina e Roberto, Fabio e Cláudia, e esse aqui é Thiago, meu primo.
Feitas as apresentações, elas se acomodaram no sofá e trataram de interagir na conversa. Encheram seus copos e ficaram meio envergonhadas de acenderem seus cigarros ali dentro.
-Eu vou na varanda fumar um cigarro- disse Paula.
-Pode fumar aqui mesmo- disse Thiago.
-Tá se sentindo na sua casa seu Italiano de uma figa.- disse Daniel.
Thiago mora em Florença e veio ao Brasil terminar seu mestrado em comunicação nos países de terceiro mundo. Ele era um mini gênio, que foge dos padrões: óculos, livros e arrogância pra dar e vender. Ele era extrovertido e brincalhão. Sua voz era linda e Paula percebeu que ele era alto, moreno, seus olhos eram claros, seus braços eram fortes e suas mãos eram enormes. Ela só conseguia pensar: onde esta a fila de candidatas a namoradas dele? Será que ele deixou uma namorada na Itália? Mas será que ele é fiel a ela? Será que ele tem pinto pequeno? Que tem alguma doença venérea?
-Eu ia perguntar agora mesmo se alguém tinha um cigarro pra me doar.- disse Thiago interrompendo sua viagem mental.
-Pode fumar do meu se quiser!- Paula respondeu simpática.
Todos conversaram bastante, disseram o que faziam para ganhar dinheiro, em que eram formados ou que curso estavam fazendo. Todos ali tinham entre 22 e 27 anos. A mais nova era Carla e a mais velha era Regina. Ela e Betinho estavam noivos, juntando dinheiro para dar de entrada num apartamento.
Enquanto Paula interagia com os amigos de Daniel, Carla não pôde deixar de observar que Thiago não tirava os olhos de Paula. Ele já sabia que Paula viria e já tratara de conhecer um pouco mais seu perfil através do ORKUT. Ele estava solteiro há 4 meses, no Brasil há 2 semanas e sem nenhuma grande conquista em relação ao sexo oposto. Ele gostou das fotos de Paula, curtia mulher de curvas, mesmo as arredondadas demais como as dela e seu manequim 40.
Os dois casais de amigos de Daniel foram embora. Paula virou-se para Carla enquanto Daniel e Thiago foram abrir o portão e disse:
-Você me deixa em casa?
-Se você quiser ir embora eu levo, mas você tem certeza que não quer ficar?
As duas ouviram as portas da sala se abrirem, era Thiago voltando para procurar o controle. Entrou e logo saiu com o aparelho na mão. Carla ficou paralisada, virou-se para Paula e disse:
-Acho que gozei!(...) vamos esperar eles voltarem aí você me diz se quer ficar ou não.
(...)

2 de maio de 2007

Funcionário do CRAS (Central) tem que:
Saber que quanto mais faltam recursos, mais precisa-se de criatividade.
Ter disponibilidade de, uma vez por mês, almoçar no serviço.
Ter algum dote culinário para exibir nesse almoço.
Gostar de receber sabonetes da Natura de presente.
Amar catálogos.
Ao menos uma vez na vida, ter vendido alguma coisa no Setor (bijuterias, roupas, Natura, Avon, Abelha Rainha, rifas, jantares beneficentes, trufas, pijamas, Demillus ou Lingerie da sogra da filha).
Dar carona no mínimo até a catedral.
Economizar tudo! Menos energia...
Compreender que seu nome talvez apareça no “mural” da cozinha relacionado a alguma piada.
Tem que ser bom de garfo.
Tem que fazer regime (se for mulher).
dizer que todas estão “bonitonas” se for homem (e o único no Setor)
Tem que ouvir a Nena falar: Não dê ousadia!
A Célia: assine a folha ponto para não receber falta!
A Milza: Nossa! isso é do tempo em que eu era virgem!
A Dna Inez: 10 R$ mais o dinheiro do busão.
A Geci: “Tu vai? Tu viu? Eu trouxe pra Tí”
E por aí vai...
Dormir em cima de três cadeiras.
Fazer fila na hora do almoço para escovar os dentes.
Ter vontade de ir ao banheiro, perceber que essa vontade é coletiva e que por tanto ele está ocupado.
Tem que já Ter dito: “vê se a Vera não ficou trancada pra dentro”
Saber que em breve a gente vai se mudar.
Procurar, procurar e não encontrar um bom lugar
Achar o lugar e a Secretária não aprovar.
Tem que de vez enquando cansar e ter vontade de se aposentar.
Não saber quando o salário vai aumentar.
Tem que ser meio artista. Ter umas idéias boas.
Tem que Ter saco!
Bom humor e tato...
Saber respeitar o próximo, seus gostos, limitações, entender que de vez enquando todo mundo acorda virado.
Ter atendido o telefone e dito: não sei quando a cota vai chegar, ligue na semana que vem.
Ter andado de Kombi,
Ido à SASC.
Ter feito hora extra a troco de B. H.
Tem que ter lido isso tudo até aqui
e pensado: não é que eu me encaixo aqui ou ali.