25 de abril de 2007

Parte III

Carla conheceu Daniel. Um cara bonito, barbudo, médio cabeludo, mais novo que ela, estudante de Tecnologia da Informática, inteligente e divertido. Ele tocava guitarra numa banda de rock alternativo. Alguma coisa mágica aconteceu no primeiro encontro dos dois. Carla ouviu os sinos da paixão tocarem a primeira vez que eles se beijaram.
Mas ele era um moleque, que não sabia o que queria da vida. Namorou Carla sem pedi-la em namoro. Os dois se davam muito bem em todos os sentidos. A única queixa que Daniel tinha de Carla eram seus vícios: o de fumar e os de linguagem.
O casal vivia sendo incomodado com as ligações de Paula chamando os dois para lhe fazerem companhia. E eles realmente faziam. Paula foi com a cara de Daniel desde que soubera a história do “cara de boi” e adorava segurar vela para os dois.

(...)
Era feriado prolongado, 7 de Setembro, e muita gente ia viajar. Não tinha muito o que fazer na cidade. Nenhuma festa que valesse a pena.
Paula chegou ao apartamento de Carla.
-Oi Carla!
-Ô Fia, chega aí – e foi puxando Paula para o quarto onde ela escolhia o que vestir – o Daniel chamou a gente para ir lá na casa dele.
-Eu também? Por que?
-Os pais dele foram viajar- explicou Carla.
-E nós vamos fazer um menage? – brincou Paula
Elas riram e Carla delicadamente explicou:
-Não é nada disso sua Loki. Alguns amigos dele vão estar lá. Todos tem namoradas também. Espero que você não se importe.
-Claro que não! Estou acostumada.
Eis que a campainha toca e uma visita inesperada chega ao Apê de Carla: Vânia.
Vânia é uma das 1.200 amigas de Carla, assessora de imprensa, loira, bonita, tinha 23 anos e um filho de 3, o Gabriel. Vânia era uma pessoa muito agradável, dessas que a gente gosta de conhecer. Ela contou umas fofocas sobre os bastidores do show do rappa, e pediu permissão para acender um baseado, permissão essa que lhe foi concedida.
No dia 6 de setembro de 2006, Carla fumegou um baseado pela primeira vez. Como todo principiante, ela dizia:
-Acho que num me deu nada cara.... to de cara que num me deu nada.... nossa... parece que a minha boca tá colenta.... nossa... vocês ouviram isso? .... minha voz tá fazendo eco... que raiva que não me deu nada...
Terminadas as baforadas elas se despediram de Vânia e entraram no carro de Carla. Enquanto cada uma acendia seu marlboro light e cantava Cat Power, Paula sentiu seu pé escorregar.
- que merda é essa Carla? Faz um mês que essa casca de banana tá aqui!
Hahahahahaahahhahahaahaha- riram chapadas.
Paula atirou a casca na caçamba de uma montana que tocava Edson e Hudson. E seguiram felizes da vida por punir os dois marmanjos que ousavam escutar sertanejo naquela altura.
(...)

24 de abril de 2007

Parte II


Até então, a única das três que tinha namorado era Lorena. O namorado dela morava no litoral de Santa Catarina e ela estava esperando o fim do curso para juntarem as escovas de dente. Fazia quase 3 anos que ela e Rafael estavam namorando à distância.
Eis que Carla, num belo dia, foi a um bar popular da cidade se encontrar com um cara que tinha conhecido no ORKUT. O nome dele apareceu entre os visitantes recentes de sua lista e ela entrou no endereço do moço para saber de quem se tratava. Leandro era o nome dele. Ela gostou do perfil do garoto e tratou de deixar um scrap para ele.
Ela escreveu: Oi :) !
Leandro respondeu: Cara de boi!
E foi paixão ao primeiro scrap!

(...)
Já fazia 4 meses que Paula não ficava com ninguém e ela pretendia permanecer assim até superar a terrível dor que sentia. É verdade que estava bem melhor do que 4 meses atrás. Mas ainda não sentia-se pronta para envolver-se com outra pessoa.

Quando Pedro terminou com Paula, ele a chamou de biscate e acusou-a de várias coisas só porque ela teria tirado o “namorando” e colocado solteira no seu orkut. Ah, o Orkut! unindo e separando pessoas. Na verdade Pedro não era uma pessoa muito confiável, por isso desconfiava tanto de Paula.

Era como se ele tivesse ferido-a de morte. Sua lealdade era algo inquestionável, ela nunca se envolvera com homem nenhum enquanto estava com ele e achava que ele também não. Confiava, ingenuamente, de olhos fechados e sequer desconfiava que tanta desconfiança por parte dele fosse sinal de sua desonestidade.

Paula era uma ex-gorda. Que passou drasticamente do modelo 44 para o 38, e consequentemente de “gordinha engraçada” para a garota mais bonita do curso. Por ter sempre sido rejeitada pelos homens enquanto estava acima do peso, procurava se envolver com homens que gostassem dela pela sua essência.

Acontece que Paula, agora, vivia oscilando seu manequim entre o 40 e o 42. Quando o manequim usado era o 42, era sinal de que as coisas não estavam nada bem e que ela andava se entupindo de comida para preencher o vazio. Em geral ela usava o 40, sempre lutando contra os impulsos compulsivos pela comida. Sua amiga Lorena era sua grande companheira de dietas malucas. Todas as dietas que existiam as duas já testaram. Se era dieta, elas já haviam feito.

Ao contrário das duas, Carla era magra e comia feito um passarinho. Elas costumavam dizer que dentro daquela barriga tão pequena, não cabia mesmo muita comida.
Carla e Paula trabalhavam perto uma da outra, de modo que muitas vezes as duas almoçavam juntas. Certa vez, no auge de um regime, Paula pesou seu prato de bife grelhado e saladas e ele estava mais pesado que o de Carla.
Carla é dona de madeixas loiras e de uma franjinha “pega-rapaz”. É uma dessas garotas que tem um milhão de amigos, viciada em sexo, mudou-se para Maringá para fazer faculdade e como toda mulher, também era insatisfeita com seu corpo.

Carla era espontânea e engraçada! nesse dia em que seu prato pesou menos que o de Paula, ela serviu-se de uma banana de sobremesa. Quando as duas entraram no carro e foram para o "round 2" dos seus trabalhos, Carla virou-se para Paula com a casca de banana na mão e disse:
-Coloca ali para mim!
-Ah sim! No consori ou no porta luvas?
-Hahahahahahha- riram
-No chão mesmo!

(...)

23 de abril de 2007

Paula é uma pisciana, universitária de 24 anos. Cursa o quinto ano de administração. Curso escolhido na fila do vestibular enquanto observava a lista dos menos concorridos da universidade.
Desde Maio , ela vinha sofrendo com o pé na bunda que levou de seu namorado: Pedro. Essa era mais uma das vezes que Pedro terminara com ela. Mês-sim mês-não ele a deixava na rua da amargura dizendo que não a amava e que não tinha mais planos para os dois. Acontece que já era Setembro e os dois ainda não tinham reatado. A coisa, dessa vez, parecia ser definitiva.
Paula nunca mais freqüentara os mesmos lugares onde pudesse encontrá-lo e eles se quer se cumprimentavam quando isso ocorria. Depois de muito sofrimento, dias e noites chorando sem entender como uma pessoa que ela amava tanto podia simplesmente mandá-la viver sua vida de solteira, ela começou a sair de casa para algumas ocasiões.
-Vamos no Bil então, mas se o Pedro estiver lá eu não quero descer- disse Paula.
- Mais cedo ou mais tarde vocês vão acabar se cruzando. Maringá é pequena e ele vive indo a todos os lugares em que pode te encontrar. Tenho certeza que ele está te cercando. O que o Pedro estaria fazendo em um show de reggae? É o mesmo que você ir ao Fábrica Rock e não querer encontrá-lo. – disse Carla, amiga de Paula.

-Mas quem disse que eu gosto de reggae? – Paula havia freqüentado varias festas de reggae no início da faculdade, mas não porque fosse seu gênero preferido de musica, muito pelo contrário, ela gostava mesmo era de Samba, blues, jazz e soul music. Mas essas festas eram o que estava rolando na cidade, ela e suas amigas não perdiam uma.
-Você não, mas eu e a Lorena gostamos e ele sabe disso! – Nesse momento Paula teve certeza que Carla tinha imaginação fértil demais- Por isso ele vai nos lugares onde nós duas gostamos de ir. Porque ele sabe que você vive com a gente.
-Tá bom Carla, não vou discutir sobre isso com você, o que eu quero dizer é que se ele estiver sentado lá eu não vou querer descer. Quero me poupar de aborrecimentos.
-Tá bom, eu só espero que você não deixe de viver para poupar de se aborrecer!
Carla e Lorena estudaram na mesma sala de Paula. Elas andavam se desdobrando em atenções e formas para que ela não ficasse tão triste e que saísse para arrumar um novo paquera.
(...)
Elas passaram no apartamento de Lorena, acenderam um marlboro light cada uma, colocaram o CD do Zeca Baleiro e rumaram para o Bil.
- – Chamou Carla.
-Oi fia. – respondeu Lorena
-A Paula tá dizendo que se o Pedro estiver sentado lá no Bil, ela não vai querer descer. – completou Carla.
-Aiiiii, nem eu! – Lorena sempre compreendeu e deu força para todas as escolhas de Paula, mesmo quando essas escolhas eram absurdas, e nesse caso, ela achava que Pedro não era digno nem de olhar Paula.
Para sorte delas, ele não estava. Elas desceram, ficaram lá o tempo suficiente para secarem 10 garrafas de cerveja e fumarem 2 maços de cigarro. Já haviam desenvolvido milhares de teorias sobre a vida delas e a dos outros. Chegaram a conclusão que Angélica, a da musica vou de táxi, tinha feito a melhor coisa de sua vida casando-se com Luciano Hulck e que seu filho era lindo graças ao bom Deus!
Resolveram ir embora. Passariam numa locadora antes de irem dormir todas na casa de Carla.

Sempre que Paula bebia, ela perdia um pouco a vergonha na cara. Ela já tinha brincado com o frentista do posto de gasolina pedindo para que ele enchê-se o tanque com dez reais. Agora entrara na loja de conveniência falando sem parar. As três riam de tudo. Pegaram mais uma caixinha de cerveja, dois maços de Marlboro light , 2 DVDs e foram para o apartamento de Carla.
Como já era de praxes, elas acabaram dormindo durante o trailer.

16 de abril de 2007

Viva as personalidades diferentes!
é na diferença que os relacionamentos se completam.
viva a sinceridade,
só os sinceros de coração,
que não fingem e não tem vergonha de se mostrar como realmente são,
podem se relacionar profundamente
e obter da vida o melhor.
Intenso e Profundo
verdadeiro

Viva os que tem coragem para isso,
os que pagam o preço de as vezes serem mal interpretados.
Mas que constroem seus relacionamentos em bases firmes,
porque esses não sucumbem a toa.

Através de sinceridade,
respeito e afeto
se alcança
relação plena
a felicidade
independente da adversidade,
consciência limpa que vem da certeza de ser
de verdade!
Amar independente de concordar
a diferença, no relacionamento é soma!
e não divisão.
Respeite e Aproveite!

9 de abril de 2007

Cade meus ovos de chocolate?

Natal sem presente
Páscoa sem ovos de chocolate
sem pegadas de coelho
sem doce
sem graça

Infância sem acreditar em papai noel
por isso eu vivo
sempre rabiscando em algum papel
porque tinha que ser a minha educação tão cruel

Porque eu sempre tive que saber a verdade?
a sua verdade
quem falou que ela existe?

cresci sabendo que minhas coleguinhas estavam sendo enganadas
e que por mais que elas prometessem se comportar
o bom velhinho só ia presentear
com o que o bolso dos pais pudesse comprar

cresci sem me misturar

sem me camuflar

tendo que acreditar na ressurreição ao invés de Páscoa
em nascimento na manjedoura ao invés de natal
em papai do céu ao invés de papai noel
em inferno
em diabo e Deus

no céu

...